CO2 para as plantas de cannabis
O aumento dos níveis de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) propicia um potencial aumento na taxa de crescimento, que pode chegar até o dobro das taxas normais. Uma planta é capaz de utilizar o CO2 no processo de fotossíntese para a criação dos açúcares necessários para a produção de seus tecidos. Um nível elevado de gás carbônico é desejável no sentido de auxiliar a planta na fabricação desses açúcares, o que acaba tendo como consequência um aumento significativo na taxa de crescimento.
Dióxido de carbono é geralmente algo complicado de se produzir de forma conveniente, barata e segura. O uso de tanques de CO2 frequentemente implica em custos elevados. Você perceberá que o CO2 representa um melhor benefício para a planta na fase de florescimento, uma vez que nesse período a folhagem está mais densa e portanto a circulação do ar se torna mais difícil. Se você visa restringir o cultivo à fase vegetativa em ambiente interno (no caso em que as plantas serão posteriormente mudadas para uma área externa), então o uso de CO2 tende a ser menos significativo. A não ser que você planeje fazer uso de salas fechadas, armários ou estufas.
Uma operação de médio porte em ambiente interno pode incluir o uso de cartuchos de CO2 que podem ser encontrados em lojas de artigos para soldagem. O investimento inicial pode ser bastante alto, mas a longo prazo você perceberá que essa pode ser uma opção altamente efetiva para culturas de médio porte.
O dióxido de carbono pode ser produzido através da queima de gás natural. Entretanto, é vital que o monóxido de carbono e o calor sejam adequadamente ventilados em direção a ambientes externos. O gás carbônico pode ser obtido alugando-se ou comprando-se cilindros de um fornecedor adequado.
Caso você esteja usando uma instalação compacta como um closet, um cartucho de CO2 poderá durar em torno de dois meses, embora isso dependa da forma como o gás é liberado, dos métodos de dispersão, dos graus de enriquecimento, pontos de fuga, ciclos de luz e a ventilação do ambiente. Mas possivelmente você descobrirá que esse processo é frequentemente oneroso demais para cultivos de pequeno porte.
Diz-se frequentemente que um bom fluxo de CO2 estimula as plantas quando as lâmpadas estão ligadas. O gás pode ser dispersado sobre as plantas nos períodos em que os ventiladores de exaustão estão desligados.
É possível adotar-se certas medidas para a economia do CO2, embora isso possa se revelar caro. Se as lâmpadas estão desligadas, não é necessário o fluxo de gás carbônico. Logo, durante o estágio de floração o consumo de CO2 deve ser aproximadamente a metade do usual. Um temporizador automático pode ajudar a garantir que você controle o consumo da maneira mais eficiente possível.
O gás carbônico em garrafas é uma opção mais ecológica, uma vez que o processo de fabricação tem menos impacto sobre o meio ambiente. O CO2 engarrafado é normalmente capturado durante o processo de fabricação de certos materiais, sendo então usado em um processo de reciclagem. Vinagre, bicarbonato de sódio, geradores de CO2 e fermentação geram uma nova fonte de CO2, impactando sobre o efeito estufa.
A obtenção de gás carbônico através de geradores e fermentação é completamente viável. Um gerador básico de CO2 pode ser obtido através de um aquecedor a gás. Uma instalação desse tipo pode ser o arranjo ideal, desde que os gases não cheguem ao local de cultivo e um ventilador seja usado para fazer circular o CO2 quente. Exaustores de ventilação e incêndios podem ser um problema. Um ambiente interno projetado para ventilar metade do tempo – para eliminar o calor das lâmpadas e do aquecedor -, provavelmente terá os mesmos níveis de dióxido de carbono que uma sala que não é ventilada por muito tempo. Um gerador de CO2 é provavelmente a única opção se você procura por processos em maiores escalas.
Vinagre ou fermentação e o uso de bicarbonato de sódio podem ajudar se você não conta com vários ciclos de ventilação. Entretanto, se uma quantidade significativa de calor estiver presente, existirá a necessidade de ventilação regular ou mesmo constante e, portanto, essa prática não é recomendável. Derramar vinagre sobre o bicarbonato de sódio é a única coisa necessária. Então a porta do ambiente deve ser fechada. Essa não necessariamente é a melhor opção, uma vez que sua automatização é complicada e portanto necessitará de atenção diária. De qualquer forma, você perceberá que é possível produzir a quantidade desejada de CO2 através de fermentação. Deixe o vinho se tornar vinagre e utilize-o. Essa tende a ser a opção mais econômica nos casos de cultivos em pequena escala.
No processo de fermentação você possivelmente perceberá que o fermento constantemente afeta a si próprio, o que implica na necessidade de muito espaço. Idealmente, você utilizará um grande balde para encher com água de maneira a garantir que o nível de álcool não irá ficar muito alto e causar dano à levedura. Você provavelmente usará uma grande quantidade de açúcar neste processo. Uma quantidade de aproximadamente 5 kg de açúcar deve durar de duas a três semanas. A fim de cooperar com o que está sendo liberado do jarro, você pode colocar uma mangueira conectando o jarro e o balde d’água. Se você perceber a água borbulhando, terá uma indicação clara de que o gás carbônico está sendo produzido.
Existem ainda outras alternativas. Você pode misturar vinagre com bicarbonato de sódio, uma colher de sopa: ~30 ml deve criar uma aparência de espuma no início da liberação do gás. Uma vez que você notar a espuma, pode fechar a porta imediatamente. Uma opção bastante econômica para a produção de de gás carbônico é utilizar 2 litros de água com aproximadamente 60 gramas de açúcar em um recipiente esterilizado, e então adicionar alguns ml de urina humana. Um substituto para urina pode ser um nutriente de levedura proveniente de um kit fabricação doméstica de cerveja.
Um recipiente ideal pode ser um galão de leite ou um jarro d’água com um pequeno furo na tampa. Pode também ser útil colocar um tubo transparente no jarro para evitar infecções por micróbios e oferecer uma acesso facilitado para a verificação do andamento do processo.
Se você busca uma opção diferente para a manutenção do crescimento da planta, talvez possa borrifar água com gás ao menos duas vezes por dia. As opiniões de produtores sobre essa prática variam bastante, entretanto muitos veem o processo como altamente benéfico na melhoria da colheita.
Uma instalação deste tipo costuma ser viável somente em culturas de pequeno porte, uma vez que os custos podem ser proibitivos em grande escala. Certifique-se de utilizar água com gás sem adição de minerais, pois o nível de sódio será menor (uma concentração alta de sódio pode ter impacto sobre os estômatos da planta). Se você utilizar água com gás, será necessária a limpeza da planta com água pura depois de duas ou três aplicações. Esse é um processo relativamente trabalhoso e que não pode ser automatizado.
A água com gás é facilmente encontrada em mercados. Pode-se usar água mineral se não for possível encontrar a água natural, mas provavelmente ela conterá o dobro de sódio. O uso de uma versão diluída do Miracle Grow também é capaz de estimular o crescimento da planta. Uma característica positiva da pulverização de água com gás é que isso fará aumentar o nível de umidade do ambiente. Certifique-se de que você tem condições de ventilar a umidade durante os ciclos escuros. Caso não seja feito, isso pode aumentar a distância internós e facilitar o surgimento de fungos.
OBSERVAÇÃO: Evite borrifar qualquer liquido perto demais das luminárias ou lâmpadas. Tente borrifar de cima para baixo ou simplesmente desligue as lâmpadas antes de usar a solução.
Com o fornecimento de gás carbônico na medida certa você terá o potencial de aumentar a produção de 30% a 100%. Talvez você ache que o tempo envolvido, risco, espaço, custo e incômodos possam tornar o processo de ventilação constante (ou praticamente constante) uma proposta atraente de enriquecimento. Desde que a planta tenha a opção de obter CO2 fresco da atmosfera com 200+ ppm, certamente terá nutrientes suficientes para o estágio de fotossíntese. Uma típica cultura interna de pequeno porte requer CO2 com uma regularidade de 2 ou 3 horas. Diz-se com frequência que os níveis de gás carbônico têm influência sobre a potência das plantas, então pode ser bom desligar o fornecimento de CO2 aproximadamente 2 semanas antes da colheita.